sexta-feira, 14 de agosto de 2015

Os (Terríveis) 2 anos

The Terrible Twos... nunca tinha ouvido falar nisto... mas afinal parece que existe uma fase com este nome. Os gémeos estão quase, quase, a completar 2 anos, é já no próximo mês, e há uns tempos, comecei a notar algumas alterações no comportamento deles, não é que sejam crianças mal comportadas, mas por exemplo, a hora do jantar, do banho, de deitar ou simplesmente sentá-los nas cadeirinhas do carro ou da papá, começaram a tornar-se em momentos desesperantes para mim, que comecei a pensar que não tinha paciência e a não saber lidar com estas situações, acabando algumas vezes por dar umas palmadas e comecei a pensar que esta não seria talvez a melhor forma de resposta e de agir nestas situações.

O João uma criança que não fazia birras de se atirar para o chão, espernear e gritar há uns dias começou a fazê-lo, e a Maria, por imitação ou não, também, para além que ela deixou de querer comer a sopa, e de querer comer ao lanche e por vezes ao pequeno almoço. A simples tarefa de lhes mudar a roupa ou tentar sentá-los no carro deixa-me completamente esgotada. Choram atiram-se para o chão e esperneiam, o João para além disto ao mesmo tempo tenta morder e arranhar o que me deixa em total desespero e com vontade de chorar.



Assim ao fazer algumas pesquisas online, deparei-me com vários livros e artigos , todos com o mesmo título – The Terrible Twos. Parece que se trata de uma fase de  “adolescência dos bebés”, que ocorre normalmente entre os 10 meses e os 3 anos de idade e é uma fase em que as crianças  tranquilas, bem comportadas e até obedientes começam a desafiar e a opor-se aos adultos começando a berrar, espernear, a atira com tudo que tiverem à mão e a chorar sempre que surge uma situação que eles entendem como sendo uma contrariedade.

 Nesta fase as crianças dizem “não” a tudo, e resistem a qualquer solicitação ,ordem ou orientação dos pais como trocar de roupa, sair de um determinado sitio ou guardar um brinquedo. Sim e eu comprovo que é tudo verdade... Mas parece que conhecer o problema e identificá-lo é meio caminho andado para ultrapassar e até mesmo adorar esta fase... Bem dicas precisam-se urgentemente já que eu tenho TWO Terrible TWOS em casa.

Acho mesmo que este post serve quase como um guia para mim própria, para que eu possa saber como lidar e ultrapassar esta fase e espero que também vos possa ajudar. Assim de entre os textos e artigos que li sobre assunto, consegui responder a cerca de  7 questões que me pareceram as mais importantes:

O que causa a fase da “adolescência do bebé”?
 A causa para este período ao que parece é o próprio desenvolvimento natural da criança. A fase dos 2 anos de idade é um período de grandes mudanças. A criança começa gradualmente a perceber-se como indivíduo, com desejos e opiniões próprias, o que gera uma enorme necessidade de tomar decisões e fazer escolhas por si próprio e que acaba gerando uma grande resistência em obdecer às solicitações dos pais. No entanto, ao mesmo tempo que as crianças querem tomar as suas próprias decisões,  tem dificuldades em fazê-lo, dado que ainda não tem maturidade suficiente, acabando por discordarem delas mesmas.

Existe alguma maneira de evitar passar por esta fase?
 Ao que parece não e também não há a necessidade de tentar evitar este período. O importante é conhecer e lidar de modo construtivo com este momento.

Todas as crianças passam por isso?
 Não. Algumas crianças existem apenas crianças que demonstram esstas características mais intensamente do que outras.

Como agir quando a criança se atira para o chão e faz uma birra num sitio público?
Primeiramente, devemos tentar manter a calma e evitar as palmadas, ou qualquer outro comportamento agressivo ( o que é difícil ) para tentar conter uma birra. Antes de sair, devemos tentar conversar com os nossos filhos e  contextualizar sobre onde vamos, com que vamos e o que vamos fazer. Explicar como esperamos que eles ajam, e o que podem ou não fazer. E explicar também quais as consequências em caso de mau comportamento. Devemos tentar ao máximo não ceder a manipulações, como choros e birras. O ideal será tentar  disciplinar a criança depois  da birra (é importante que a criança compreenda o que fez e o porquê da sua ação). Uma dica para mudar o foco da birra é chamar a atenção da criança para outra situação, mostrando um brinquedo ou começando a falar de outro assunto. Ignorar a birra costuma dar ótimos resultados. Em lugares públicos, se a birra persistir tente tirar as crianças sem demonstrar irritação e sem conversar. Essa atitude irá mostrará desaprovação.


O que fazer quando num momento em que é contrariado a criança tenta bater?
Esse “bater” normalmente é a expressão do seu descontentamento, o que, no caso, não é aceitável. É importante realçar que assim como os adultos as crianças também ficam chateadas, aborrecidas, tristes e frustradas. Ao longo da vida, deparamo-nos com diversas situações que despertão esses sentimentos e a infância é a melhor fase para aprender a lidar com os mesmos. Assim, para se contribuir de uma forma positiva para o desenvolvimento emocional e psicológico dos crianças, os pais devem parar de tentar poupá-los de situações frustrantes e passar a explicar esses sentimentos, apontando o caminhos certo para que consigam lidar com essas situações. Não nascemos a saber  já lidar com os nossos sentimentos, e esta é uma fase em que as crianças testam as suas ações e vão aprender a como agir mediante determinadas situações.
Quando as crianças batem em alguém, imediatamente devem ser contidaa e, em seguida, os pais devem baixar-se à altura da criança, olhar fixamente nos seus olhos e com voz firme conversar , dizendo que entendem que esteja chateado, mas que bater é inaceitável. Explicar que, se aquilo voltar a acontecer, haverá consequências negativas e explicar quais serão essas consequências. Lembrem-se que qualquer castigo  (consequência) deve ser algo possível de ser concretizado porque, se a criança repetir o comportamento deve ver o castigo ser aplicado.

Como agir quando se está num sitio público?
Nunca devemos deixar que a opinião de pessoas desconhecidas nos afectem. Ignorar os olhares de reprovação, ou aqueles que dizem: “ah, se fosse meu filho…”. Os pais melhor que ninguém conhecem os seus próprios filhos e sabem o que é melhor para eles.


Atenção!
Por mais difícil e irritante que esta fase seja, nunca nos devemos esquecer  que vai passar e que as crianças precisam de compreensão. Portanto, é de evitar os castigos físicos, os estalos, beliscões e afins. Queremos que a criança entenda que a violência não é um comportamento aceitável, então, não podemos resolver a situação da mesma forma que ela. Devemos sempre tentar explicar e negociar. E se estivermos a perder o controlo, devemos respirar fundo e afastar-nos. E só depois, mais calmos tentar então conversar com a  criança. Nunca se deve deixar uma criança sem resposta numa situação destas para que ela não se acostume a não ter consequências para sobre os seus atos.





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